segunda-feira, 25 de maio de 2009

Cinema dos Primórdios e Cinema da Contemporaneidade

Grupo E: Elias, Marcelo, Ludmilla, Thais e Vinicius

hibridismo
sm (híbrido+ismo) 1 V hibridez. 2 Qualidade do que provém de naturezas diferentes.

Palavra que rege todo o desenrolar do estudo comparado entre o cinema de George Méliès e as atuais produções cinematográficas. A autora traça um paralelo entre estes dois patamares.

Méliès, o que hoje podemos chamar de artista multimídia, utiliza-se de todas as áreas artísticas para dar vida a suas histórias. Pintura, poesia, fotografia, teatro e teatro de magia. Méliès foi múltiplo na sua formação, na sua atuação nas atividades cinematográficas – era ator, produtor, diretor, montador, distribuidor de seus filmes – na participação nos filmes. Essa mistura de aptidão artística natural com curiosidade pessoal e dedicação às várias manifestações da arte foi relevante para que Méliès introduzisse no cinema dos primórdios uma característica que se tornaria muito presente no cinema da contemporaneidade: o HIBRIDISMO. Para produzir suas aparições, desaparições, explosões, multiplicações... Méliès recorreu a várias técnicas e linguagens.

Anos depois, o cinema sofreria muitas mutações como prefere chamar NUNES(1996). Este autor analisa a realização cinematográfica de acordo com as novas tecnologias, desde o surgimento do cinematógrafo, passando pela inserção de som à película, captação da cor pela câmera, entre outros. Sem contar os estreitos laços com a televisão, vídeo e as tecnologias de ponta que se unem no ciberespaço. Afirmando dessa forma, como coloca NUNES, seu “estado de impureza”. Talvez a regra agora fosse, mudar para não desaparecer.

No artigo, o filme usado para ilustrar este “novo” cinema é a mega produção Matrix(1999). Tal qual ocorre nos filmes de Méliès, os efeitos especiais utilizados em Matrix são exemplares do hibridismo presente no cinema da contemporaneidade. Técnicas de animação, fotografia, utilização de quadrinhos, videogame, softwares para a produção dos efeitos especiais de Matrix ilustra a união do cinema com a informática e convida a imaginação a realizar o impossível.
Além de todo o aparato tecnológico, em Matrix também existem diversas referências intertextuais:
literatura – Neuromancer, de William Gibson, de onde foram “copiados” os ciborgues que se conectavam a outra realidade através de um plug na nuca; Alice no país das maravilhas, de Lewis Carrol, com a pílula vermelha, o coelho branco e muitas frases ditas por Morpheus.
Filosofia – a história do filme se assemelha a idéia de Platão expressa no mita da caverna;
Religião – foram extraídas idéias, princípios e citações literais. Neo encarna o papel de “messias” da humanidade e ressuscita no final do filme. E o caminho para a iluminação anunciado na história é semelhante ao pregado por Buda.
Cinema – filmes de artes marciais dos anos 70.

O hibridismo inaugurado por Méliès nos primórdios do cinema foi primordial para a constituição da linguagem cinematográfica, que aparece na obra desse precursor de forma amadora. O hibridismo retomado pelo cinema da contemporaneidade, por sua vez, questiona o estatuto da linguagem de cinema. Estaria ele perdendo sua verdadeira essência e se transformando em simplesmente a “arte do movimento”?

De Méliès até os dias de hoje o cinema foi essencialmente artesanal para depois experimentar os recursos da imagem eletrônica e em seguida se tornar digital. Essa transformação põe em xeque a própria essência do cinema que caminha para mudanças ainda mais radicais. Atualmente, em algumas cidades brasileiras já substituíram o projetor tradicional pelo digital, o que significa a supressão da película como elemento primordial da realização cinematográfica. Mas o desenrolar desse “roteiro” só o tempo dirá.

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