segunda-feira, 18 de maio de 2009

Grupo A

O cinema dos primórdios

Trata‐se da parte do trabalho de pesquisa que abordará os primórdios do cinema por meio da obra de Georges Méliès. O ponto máximo desta etapa do trabalho será a análise do filme Viagem à Lua (1902), obra‐referência deste autor.
O que nos interessa são os progressos científico‐tecnológicos e culturais, como a criação do cinematógrafo Lumiere (1895) ‐ criação que modificou profundamente o modo de percepção do mundo das gerações posteriores, que teve, pelas mãos de Georges Méliès uma utilização variada de recursos até então nunca vistos de um aparato inovador para a época.
Como as imagens animadas já povoavam o imaginário das pessoas, cientistas ou não e com o desenvolvimento do princípio da câmara escura de Da Vince, consolidada pelo físico italiano Giambattista Della Porta, também a invenção da lanterna mágica pelo jesuíta alemão Athanasius Kirscher, outros aparelhos que se ocuparam com a produção da imagem em movimento foram fortemente influenciados. Entre eles estaria o cinematógrafo, precursor do cinema. Alguns aparelhos que merecem destaque devido à contribuição dada são o Taumatrópio, Fenacistocópio, Estrobos-cópio e Zootrópico

O cinematógrafo Lumière

A família Lumière já dominava o mercado da indústria fotográfica na França, quando os irmãos Auguste e Louis desenvolveram o cinematógrafo. As projeções cinematográficas deste aparelho já eram realizadas desde Junho de 1895, mas a exibição que entrou para a história das imagens animadas ocorreu no dia 28 de dezembro de 1895. Os irmãos Lumière não adotaram a encenação em suas produções, seguiram uma linha mais próxima do que hoje chamamos de documentário. O cinematógrafo Lumière encantou platéias por dezoito meses, depois desse período o publico já não se entusiasmava mais com aquele tipo de imagens animadas.

George Méliès

Nascido em Paris, em 1861, de família abastada de industriais da área de calçados, não se interessou em dar prosseguimento aos negócios do pai. Tinha talento para o desenho e confecção de artefatos, dominaria ainda a pintura, a escultura e o manejo de marionetes. Se tornou um grande amante da arte da magia e mais tarde um mestre da arte da ilusão. Convidado para assistir a sessão inaugural do invento dos irmãos Lumiere, o cinematografo, ficou maravilhado com o que viu e ingressou nessa pratica onde se transformou no gênio dos efeitos especiais. Méliès fundou uma companhia, a Star Film, e produziu mais de 500 filmes.
Os trabalhos de Méliès sempre estiveram atrelados a conceitos advindos do chamado “teatro de magia”, logo podemos perceber em suas obras uma constante preocupação com os efeitos, já que estes emulariam os truques utilizados pela mágica. Daí a necessidade da ênfase nas montagens, único recurso disponível na época para a manipulação de imagens cinematográficas, entre elas o recorte e colagem da película, rebobinamento, fusões, sobreimpressões, que permitiam os mais diversos efeitos.
A temática de Méliès sempre foi a de imitar a realidade, fazendo dele um criador de ilusões. Isso contribuiu para que fosse considerado o extremo oposto dos irmãos Lumièr. Em seu filme Viagem à Lua, revela a sua visão do astro, que possui feições humanas e vegetação tropical exuberante. Por não possuir sequência cronológica, seus filmes não podem ser considerados narrativas, em seu sentido estrito.
Méliès chama atenção do espectador de forma direta, tornando o cinema uma exibição que espanta, mostra novidade, não é uma mera narrativa e isso permite que a montagem esteja a serviço do espetáculo, tornando-a espinha dorsal de sua estética. Trata-se de outro tipo de montagem, que não se baseia na apresentação de pontos de vista distintos, mas em enquadramentos diferentes.

Um blockbuster dos primórdios: Viagem a Lua

Em 1902, Méliès produziu o filme Viagem a Lua, foi sua produção mais cara, aproximadamente 10 mil francos. Méliès adotava como metodologia de trabalho a elaboração de storyboard e dispensava as anotações técnicas.O traço narrativo foi muito marcante, e talvez explique o sucesso do filme com as platéias das feiras e salas de exibição. Méliès contribuiu muito para a história do cinema, o público de hoje está ávido por novas experiências sensoriais, assim como estava o do nascente do século XX. Quer fascinar-se com o exótico, quer ser desafiado com a apresentação de uma outra lógica, de algo que desnorteie os seus sentidos, que lhe tire o chão debaixo dos seus pés. O cinema de Méliès, bem como de outros realizadores do primeiro cinema, constitui-se como essencialmente híbrido, já o cinema do século XX, transforma-se num híbrido permeado pelas tecnologias/linguagens que surgiram na metade do século passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário